Em clima de euforia, emoção e muito vermelho, o Boi-Bumbá Garantido celebrou, na noite deste sábado (5/7), a tão aguardada Festa da Vitória no Sambódromo de Manaus. Após conquistar o 33º título do Festival de Parintins, uma multidão de torcedores encarnados tomou conta do espaço, cantando toadas, vibrando com os itens oficiais e comemorando o fim do jejum de seis anos sem troféu.
O evento, que teve entrada gratuita e começou por volta das 21h, reuniu milhares de apaixonados pelo boi da Baixa do São José. A Batucada deu o tom da festa, os itens oficiais marcaram presença no palco e o boi Garantido, com sua tradicional imponência, mais uma vez encantou o público, agora fora da arena.
A vitória no 58º Festival de Parintins foi oficializada na última segunda-feira (30), consagrando o boi vermelho com o tema “Boi do povo, boi do povão”. A apresentação uniu tradição, resistência e representatividade, com forte presença de elementos afro-indígenas, emocionando jurados e galera.

A jornada vitoriosa do Garantido começou já na primeira noite do festival, com o subtema “O Ecoar das Vozes da Floresta”, levando ao Bumbódromo a lenda Tapyra’yawara e o ritual indígena Moyngo. No segundo dia, o boi destacou o subtema “Garantido, Patrimônio do Povo”, reafirmando sua ligação com as raízes culturais populares, em uma noite marcada pelo ritual Ajié, com o pajé Adriano Paketá.
A terceira noite, encerrando o festival, foi dedicada ao subtema “Garantido, Boi do Brasil”, homenageando a cultura nacional, o compositor Chico da Silva e promovendo um emocionante adeus ao tripa Denildo Piçanã. Com a lenda A Deusa das Águas, o Garantido fechou sua participação com força e emoção, garantindo seu 33º título.
A celebração no Sambódromo também marcou a despedida da sinhazinha Valentina Coimbra, que se despede do item após cinco anos de atuação elogiada. Entre aplausos e homenagens, a noite foi, ao mesmo tempo, uma consagração e um rito de passagem para novas fases do boi.
Ponto Negativo
Um dos pontos negativos do evento, segundo os presentes, foi a área disponibilizada no sambódromo, chamada de ‘ferradura’. O local ficou muito pequeno para o público, e a polícia precisou fechar o portão algumas vezes, causando aglomeração em frente aos portões.
Fotos: Aguilar Abecassis/Secretaria de Cultura