Os governos do Canadá, Reino Unido e Austrália anunciaram, neste domingo (21/09), o reconhecimento formal do Estado da Palestina. A decisão, divulgada nas redes sociais pelos primeiros-ministros Mark Carney, Keir Starmer e Anthony Albanese, representa um movimento inédito de três aliados históricos dos Estados Unidos e ocorre às vésperas da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Nos comunicados, os líderes condenaram os ataques de Israel em Gaza, que já deixaram dezenas de milhares de mortos, incluindo civis. Ao mesmo tempo, responsabilizaram o Hamas pelo ataque de 7 de outubro de 2023, em Israel, e ressaltaram que o grupo não deve ter participação em um futuro Estado palestino.
Canadá
Carney afirmou que a defesa da solução de dois Estados é uma posição histórica de Ottawa, mas lembrou que tanto o Hamas quanto o governo de Israel têm minado essa possibilidade. Ele condenou o bloqueio de ajuda humanitária em Gaza, denunciou a expansão de assentamentos na Cisjordânia, considerada ilegal pelo direito internacional, e reforçou que o reconhecimento busca “preservar a chance de paz para israelenses e palestinos”.
Reino Unido
Starmer declarou que o Reino Unido reconhece a Palestina para “manter viva a esperança de paz e da solução de dois Estados”. Ele pediu a libertação imediata dos reféns do Hamas, chamou o grupo de “organização terrorista brutal” e denunciou a escalada da crise humanitária em Gaza, que já matou milhares de civis.
Austrália
Albanese destacou o direito histórico dos palestinos à autodeterminação e afirmou que o gesto, coordenado com Canadá e Reino Unido, busca abrir caminho para um cessar-fogo em Gaza e a retomada de negociações de paz. Ele ainda ressaltou a importância da Liga Árabe e dos EUA no processo.
O movimento reforça a pressão internacional pela retomada da solução de dois Estados. Antes, Espanha, Noruega e Irlanda já haviam anunciado reconhecimento semelhante. O Brasil, em 2010, também foi pioneiro na região ao reconhecer a Palestina com base nas fronteiras de 1967, incluindo Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Fonte: Agência Brasil
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