O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do acesso à terapia dupla contra o HIV pelo Sistema Único de Saúde (SUS), beneficiando milhares de brasileiros que vivem com o vírus. A medida, oficializada por meio da Nota Técnica nº 91/2025, atualiza os critérios para o uso da combinação de dolutegravir (DTG) e lamivudina (3TC), agora disponível em um único comprimido, o medicamento Dovato.
A principal mudança é que não será mais necessário que os pacientes estejam previamente em uso separado dos dois medicamentos para fazer a transição para o comprimido único. A troca poderá ocorrer independentemente da data de início do tratamento, desde que o paciente atenda a critérios clínicos específicos, como: Ter mais de 40 anos, Apresentar carga viral indetectável (menos de 50 cópias/mL), Demonstrar adesão regular ao tratamento, Não ter histórico de falha virológica, Possuir indicação médica.
Com a mudança, o Brasil reforça sua posição de destaque no enfrentamento do HIV/Aids, tornando o tratamento mais simples, seguro e eficiente.
“Este é mais um avanço importante no combate ao HIV no país. Essas mudanças chegaram para simplificar a vida dos pacientes e trazer inúmeros benefícios, como menos medicamentos no dia a dia, menos efeitos adversos e melhor adesão ao tratamento”, explica o infectologista Jucival Fernandes, gerente médico da GSK/ViiV Healthcare.
Atualmente, cerca de 850 mil pessoas fazem terapia antirretroviral no Brasil. Mais de 190 mil já utilizam esquemas de terapia dupla. A nova política de acesso ao Dovato, desenvolvido pela GSK/ViiV Healthcare em parceria com a Farmanguinhos/Fiocruz, deve ampliar ainda mais esse número, com distribuição gratuita pelo SUS.
Desde a década de 1980, os antirretrovirais mudaram o curso da epidemia de HIV. Hoje, com o tratamento adequado, pessoas com o vírus têm uma expectativa de vida semelhante à da população geral. De acordo com o Relatório Global do UNAIDS 2023, o acesso facilitado à terapia evitou quase 21 milhões de mortes relacionadas à Aids nos últimos 30 anos, com uma redução de 69% no número de óbitos associados à doença.
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