O governo do Reino Unido anunciou nesta terça-feira (29) que poderá reconhecer oficialmente o Estado da Palestina até setembro deste ano, caso Israel não aceite medidas para reduzir o sofrimento humanitário na Faixa de Gaza. A decisão aumenta a pressão internacional sobre Tel Aviv, que se opõe à criação de um Estado palestino.
O anúncio ocorre cinco dias após a França informar que também pretende reconhecer a Palestina no mesmo período. Se confirmadas, as duas nações se tornarão as primeiras potências ocidentais a dar esse passo diplomático.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, justificou a decisão com base na crise humanitária em Gaza. “Estamos diante de uma falha catastrófica na entrega de ajuda humanitária. Bebês passam fome, crianças estão fracas demais para andar, imagens que jamais esqueceremos. O sofrimento precisa acabar”, declarou.
Atualmente, mais de 140 dos cerca de 190 países-membros da ONU já reconhecem a Palestina como Estado, incluindo o Brasil, que oficializou o reconhecimento em 2010. Na União Europeia, apenas Eslovênia, Suécia, Espanha, Irlanda e Noruega tomaram essa medida.
A decisão britânica ocorre durante uma conferência da ONU que discute a viabilidade da solução de dois Estados, Israel e Palestina, como caminho para a paz na região.
Contexto
A posição do Reino Unido aumenta a pressão sobre Israel para aceitar um cessar-fogo e liberar a entrada de ajuda humanitária em Gaza. O bloqueio israelense agrava a crise alimentar enfrentada por cerca de 2 milhões de palestinos no enclave.
A ONU acusa Israel de utilizar a fome como arma de guerra, uma acusação que o governo de Benjamin Netanyahu nega, apesar de críticas até de aliados, como Donald Trump, que reconheceu a gravidade da situação humanitária.
Desde o ataque do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, mais de 60 mil palestinos foram mortos em Gaza, segundo dados divulgados nesta terça-feira.
Fonte: Agência Brasil
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